1920-2002 - Eduardo de Souza Lôbo

Eduardo de Sousa Lôbo, filho de Anísio de Sousa Lôbo e Ana Umbelina Chaves, natural de Formosa-GO, nasceu em 25 de junho de 1.920 e faleceu no dia 04 de junho de 2.002.
No dia em que Eduardo Lôbo nasceu, 25 de junho de 1.920, era dia de São Próspero de Aquitânia, um dos discípulos de São Pedro, o amigo de Jesus que ajudou a fundar a igreja católica. Para quem passou a vida exercendo uma religiosidade profunda, especialmente da fé em Nossa Senhora, aquele era um bom dia para nascer.

Eduardo Lobo não nasceu exatamente aqui no centro urbano, mas sim na Fazenda Capim Pubo, de propriedade de seus pais, Anísio e Ana Umbelina. Por ocasião da construção de Brasília, a área do Capim Pubo foi incorporada ao município de Cristalina.

Eduardo Lobo foi o primogênito da família, onde temos a presença também da Sebastiana de Souza Lôbo (freira dominicana - irmã Anísia), Vicente de Paula Lôbo (vereador suplente de 1.959 a 1.962, vereador de 1.967 a 1.970, período que também foi presidente da Câmara), Margarida de Souza Lôbo e João de Souza Lôbo, além de uma meia irmã, Dalila Chaves Paiva.

Entre 1.937 e 1.939, época em que Anísio Lôbo já havia falecido, Eduardo passou a estudar em regime de internato no Colégio Salesiano de Bonfim (Silvânia GO), Arquidiocesano Anchieta, tendo estudado ali da quinta à sétima séries. O diretor da escola, Padre José Pian, enviava mensalmente à dona Ana Umbelina os boletins de desempenho do Eduardo. Era um bom aluno. Nessa época também o Eduardo foi redator em um jornal local de Bonfim (Silvânia GO).

Um dos colegas de Eduardo no internato foi o Dr. Ursulino Leão, advogado, escritor e governador interino de Goiás de 2 a 12 de julho de 1.973.

Após o Colégio Salesiano de Bonfim, Eduardo passou a estudar no Lyceu de Góis (Lyceu de Goiânia). Durante esse período, Eduardo tinha uma grande vocação pela aviação, tanto que ao terminar o curso no Lyceu de Góis, na jovem Goiânia, quis seguir o curso de aeronáutica, mas sua mãe se opôs, alegando que "desastres aéreos eram muito frequentes e matavam muitas pessoas". Já que o futuro teria que ser em terra firme, Eduardo se aventurou no garimpo de outro e cristal no norte do Estado, atual Tocantins.

Em 04 de agosto de 1.945, casou-se com Edna do Rosário Lôbo, que curiosamente eram primos distantes, com quem teve como filhos: Maria d’Abadia Lôbo (em homenagem à Nossa Senhora), Rosamaria Auxiliadora Lôbo, Augusta Umbelina de Lourdes Lôbo, Ângela Cristina Lôbo Bittar, Eduardo Antônio Lôbo, Edna Inalda do Rosário Lôbo Bueno, Geraldo Francisco Lôbo, Emanuel de Souza Lôbo e Aguinaldo (filho adotivo).

Foi logo depois do nascimento de Maria d'Abadia (primeira filha) em 1.946, que a família se mudou para a área urbana de Formosa, numa casa de três quartos, na rua Herculano Lôbo (batizada assim em homenagem a um tio-avô de Edna). O lugar foi ficando pequeno à medida que vinham os filhos e a família morou em outros dois endereços antes de fixar raízes à sombra de uma mangueira centenária, plantada pelo pai de Eduardo, no quintal da casa branca em frente à praça que posteriormente foi batizada de Anísio Lôbo. Lá cabia todo mundo. Tanto que quando Eduardo e Edna foram foliões do Divino, milhares de pessoas entravam e saíam da casa para rezar, cantar, dançar catira e comer almôndegas com arroz, mandioca, feijão tropeiro e salada.

Foi nomeado como Secretário Contador através do decreto  Nº 4, de 16 de dezembro  de 1.947, prestando compromisso e iniciando no exercício das funções respectivas desse mesmo dia, conforme termo lavrado ás fls 21 do livro competente. Essa foi uma época em que Eduardo muito contribuiu com a política local, sendo ele o braço direito do então prefeito Domingos de Jesus Guimarães.

Nomeação: Foi nomeado Secretário-Contador desta Prefeitura, par Decreto Nº 4 de 16 de Dezembro de 1.947.

Substituições: Ficou respondendo pelo expediente da Prefeitura durante a ausência do SR Prefeito: (Portaria   Nº 74 de 28 de outubro de 1.948.

Ficou respondendo pelo expediente da Prefeitura  do dia 31 de janeiro ao dia 9 de fevereiro, durante a ausência do Sr Prefeito. (Portaria Nº 2 de 29 de janeiro de 1.949)

Ficou respondendo pelo expediente da Prefeitura durante os dias de 12, 14 e 15 do mês de Março. (Portaria Nº 12 de novembro de 1.949)

Ficou respondendo pelo expediente da Prefeitura do dia 1 de julho a 7 da mesma ( Portaria 28 de 30 de junho de 1.949.

Em 1.955, através do Partido Social Progressista, foi vereador da Câmara Municipal de Vereadores, junto com tantos outros nomes como Washington Alvarenga e Ari Ornelas.

Em 1.972, durante a gestão do governador João de Assis no estado de Goiás, ele assumiu a vaga de Superintendente de Educação, permanecendo no cargo até 1.975. Também lecionou História e Português no então Ginásio Arquidiocesano do Planalto.

Eduardo, juntamente com Edna, sempre foi um católico fervoroso... Tanto que ter sido escolhido para ser folião do Divino em 1.984 foi uma das grandes conquistas alcançadas por Eduardo. Nessa folia, o casal imperador foi Miguel e Taninha.

No dia 4 de junho de 2.002, depois de conviver por dois anos com uma doença degenerativa que limitou seus movimentos, Eduardo sofreu uma parada cardíaca que ceifou-lhe a vida 21 dias antes de completar 83 anos.


Em 2.003, como justa homenagem, através da Lei 150/03, o nome de Eduardo passou a estampar a Escola Municipal Eduardo de Sousa Lôbo no recém criado Conjunto Habitacional Netinho.

CONTRIBUIÇÃO POLÍTICA DA FAMÍLIA LÔBO

Eduardo nasceu em uma família de contribuintes para o desenvolvimento de Formosa. Seu pai, Anísio de Sousa Lôbo, era parente do alferes Fidêncio de Souza Lôbo que, sendo natural de Bonfim (Silvânia GO), veio para Couros em 1.842, se tornando vereador de 1.845 a 1.850 e, no período de 1.845 a 1.848, exerceu o cargo de chefe do poder executivo. Aqui percebemos inclusive que Eduardo foi enviado para Bonfim (Silvânia GO) a fim de estudar.

Ainda na ascendência paterna, Eduardo era neto de Paulino de Sousa Lôbo, que aqui teve outro ascendente pelo mesmo nome, este que era casado com Carolina Alves do Nascimento, o qual passaremos a denominar Paulino de Sousa Lôbo (I). Paulino de Sousa Lôbo (I) nasceu em 1.830, sendo um dos mais influente Juiz Municipal (1.847 a 1.856, de 1.859 a 1.876 e de 1.878 a 1.881), escrivão de paz, secretário da Câmara Municipal de Vereadores e, cumulativamente, entre 1.869 a 1.871 foi vereador, presidente da Câmara e Intendente Municipal (função do Prefeito Municipal). Ainda na ata de vereadores de 1.869, mostra que Paulino (I) era Tenente Coronel. Nesse mesmo mandato de 1.869 a 1.871, estava como vereador outro parente de Paulino (I), o Herculano de Sousa Lôbo. Ainda presença marcante da família de Paulino de Souza Lôbo (I) no desenvolvimento de Formosa foi quando este mesmo chegou a ser Deputado na Assembleia Provincial (por volta de 1.880). Paulino (I), bisavô de Eduardo Lôbo, faleceu em 26 de agosto de 1.882. 

No mandato de 1.872 à julho de 1.874, outro parente de Paulino (I) estava como vereador, o Honório de Sousa Lôbo, que voltou a exercer o mandato de vereador de 1.875 a 1.880, retornando ainda à Casa de Leis de 1.883 a 1.886, posteriormente como conselheiro municipal de 1.900 a 1.907 e de 1.915 a 1.919. Foi também intendente municipal de 1.907 a 1.911 e vice-intendente de 1.923 a 1.927.

Paulino de Sousa Lôbo (I), casado com Carolina Alves do Nascimento teve os seguintes filhos:
  • José Paulino de Sousa Lôbo;
  • Antônio Paulino de Sousa Lôbo;
  • Luiza de Sousa Lôbo (avó de Olinda da Rocha Lobo)
  • Tertúlia de Souza Lôbo (celibatária);
  • Francisco Caraciolo de Sousa Lôbo;
  • Paulino de Sousa Lôbo (II);
  • Augusto Fenelon de Sousa Lôbo; e
  • Clarindo de Sousa Lôbo.
Dos filhos de Paulino de Sousa Lôbo (I), temos a contribuição de José Paulino de Sousa Lôbo que, nascendo em Formosa no ano de 1.852, aqui exerceu os seguintes cargos: vereador, de 1.875 a 1.877 e de 1.881 a 1.882, sendo presidente da câmara em 1.875 e 1.876; José Paulino foi chefe do Poder Executivo de 1.875 a 1.878. José Paulino era tenente da Guarda Nacional. Um fato importante que ocorreu durante seu mandato foi a Lei Provincial nº 574, de 21 de julho de 1.877, executada em 7 de setembro de 1.877, onde a Villa Formosa da Imperatriz foi elevada à categoria de cidade, separando-se de Santa Luzia e passando a denominar-se Formosa da Imperatriz.

Ainda filho de Paulino de Sousa Lôbo (I), temos a contribuição política de Antônio Paulino de Sousa Lôbo, vereador de 1.883 a 1.886, sendo presidente desta Casa de Leis de 1.885 a 1.886.

Agora, aproximando-se de Eduardo Lôbo, o avô dele, Paulino de Sousa Lôbo (que acima está em negrito), este casado com Antônia de Melo Álvares, que daqui em diante trataremos como Paulino de Sousa Lôbo (II), foi conselheiro municipal (cargo equivalente ao de vereador) de 1.892 a 1.895, retornando em 1.897 a 1.899 e, posteriormente de 6 de outubro de 1.919 a 1 de novembro de 1.923. O Major Paulino de Sousa Lôbo faleceu em 02 de dezembro de 1.952, com 83 anos de idade.

Não temos aqui registros posteriores onde mostra contribuição política de Anísio de Sousa Lôbo, deixando essa lacuna a ser novamente preenchida por Eduardo Lôbo.

Outros parentes de Eduardo Lôbo que contribuíram para a vida política de Formosa foram:
  • Coronel Francisco Alexandrino Lobo - filho de José Fidêncio Lôbo e Francisca Alexandrina da Costa Pinto, nasceu em Formosa em 1.856 e foi membro do governo provisório do município em 1.889; presidente do Conselho Municipal de Intendência de 1.895 a 1.897 e em 1.891. Esse foi o período de transição do regime monárquico par ao republicano. Faleceu em 21 de fevereiro de 1.912.
  • Nathanael de Sousa Lôbo - membro do Conselho Municipal de Intendência de 15 de junho de 1.895 a 31 de dezembro de 1.896.
  • Francisco Caraciolo de Sousa Lôbo - filho de Paulino de Sousa Lôbo (I) e Carolina Alves do Nascimento, irmão de José Paulino de Sousa Lôbo, nasceu em 1.873 e foi conselheiro municipal de 1.900 a 1.903. Em 23 de outubro de 1.903 foi eleito para o cargo de Intendente Municipal (comparado ao cargo de prefeito), onde ficou no cargo até o dia 02 de novembro de 1.905. Faleceu em 25 de julho de 1.910.
  • João Alves de Sousa Lobo - Conselheiro Municipal de 23 de outubro de 1.903 a 30 de outubro de 1.907.
  • José Vianna Lobo - pai de Maria do Rosário Vianna Pinto e de Sebastião Vianna Lôbo (Nenê), além de outros filhos, era casado com Benedita de Jesus Lôbo e foi Conselheiro Municipal de 30 de outubro de 1.907 a 1 de novembro de 1.911, retornando em 1 de novembro de 1.915 a 6 de outubro de 1.919 e novamente no pleito que foi de 1.925 a 28 de outubro de 1.927.
  • Francisco de Espírito Santo Lôbo - Conselheiro Municipal de 6 de outubro de 1.919 a 1 de novembro de 1.923.
  • Francisco Hugo Lôbo - filho do Coronel Francisco Alexandrino Lobo e Áurea Rodrigues Pimentel, nasceu em Formosa no dia 29 de abril de 1.895. Foi auxiliar do seu tio coronel Herculano de Sousa Lôbo que fora eleito presidente do Estado de Goiás, representando Formosa na grande convenção política de 1.920. Foi empossado no cargo de Intendente Municipal em 05 de novembro de 1.919, exercendo o seu mandato até 31 de outubro de 1.923, onde passou o seu cargo para o seu próprio tio. Faleceu no dia 13 de agosto de 1.926.
  • Coronel Herculano de Sousa Lôbo - foi vereador de 1.869 a 1.871, Intendente Municipal de 23 de novembro de 1.923 a 1.927; foi no mandato dele que foi aprovada a mudança do nome da Praça Municipal para "Praça Rui Barbosa". Faleceu em 18 de julho de 1.928, com 80 anos de idade.
  • Sebastião Vianna Lôbo - Conselheiro Municipal de 28 de outubro de 1.930 a 8 de novembro de 1.930, retornando em 15 de agosto de 1.938 a 17 de novembro de 1.945. Vereador de 1.947 a 1.955.
  • José Anchieta Lobo - Conselheiro Municipal de 1.914 a 1 de novembro de 1.915.
  • Francisco de Sousa Lôbo - Conselheiro Municipal de 8 de novembro de 1.930 a 23 de setembro de 1.933, sendo novamente vereador suplente de 1.947 a 1.955.
Este foi um resumo da vida pública da família Lôbo aqui na cidade de Formosa.

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